A World Federation of Science Journalists divulgou comunicado em que chama a atenção para a importância do trabalho integrado de jornalistas de ciência, cientistas e comunidades para uma comunicação responsável sobre a epidemia de ebola no oeste da África.
A entidade alerta que “a má comunicação (da epidemia) tem claramente aumentado a apreensão entre o público enquanto vem semeando confusão entre cientistas e jornalistas que cobrem o surto”.
De acordo com o comunicado, há conflitos entre a comunicação das medidas de vigilância epidemiológica implementadas pelos governos dos países do oeste africano e as informações geradas e divulgadas entre as comunidades locais rurais e urbanas. “Infelizmente, essa desinformação está se espalhando e aumentando o risco de propagação da doença em toda a África ocidental.”
Para a entidade, a difusão de informações equivocadas sobre a doença e a epidemia é agravada pelo imediatismo das mídias sociais e da comunicação on-line, o que torna a necessidade do trabalho de jornalistas científicos ainda mais crítica. “Temos a profundidade de conhecimento e a amplitude de ferramentas necessárias para cortar o fluxo de rumor e alarmismo e fornecer informações verdadeiras, confiáveis e eficazes”, defende.
O comunicado é assinado por outras 13 entidades de jornalismo científico da África: African Federation of Science Journalists, Association Congolaise des Journalistes Scientifiques, Association des Journalistes et Communicateurs Scientifiques du Bénin, Association des Journalistes et Communicateurs Scientifiques du Burkina Faso, Cameroon Science For Life, Collectif des Journalistes Scientifique de Côte d’Ivoire, Kenya Environment and Science Journalists Association, Media for Environment, Science, Health and Agriculture, Nigeria Association of Science Journalists, Science Journalists and Communicators of Togo, South African Science Journalists Association, The Uganda Science Journalists Association e Zimbabwe Environment and Science Journalists Association.
Juntas, as entidades conclamam governos e organizações internacionais e regionais a reconhecer o valor dos jornalistas de ciência e seu papel crítico na saúde pública.
“O jornalista científico é o profissional que combina as competências de investigação, compreensão do método científico e história da ciência com seu faro para a verdade. Para benefício da sociedade como um todo, precisamos ter uma comunidade de jornalismo científico forte, capaz de criticar e interpretar a informação de modo que possa ser útil na formulação de políticas e na vida diária.”
As entidades solicitam, ainda, o apoio do poder público e da sociedade à formação e ao fortalecimento dos profissionais de jornalismo científico, “de modo que, quando surjam questões como a do ebola, haja comunicadores qualificados e capazes de interpretar as informações relacionadas para o público e gestores públicos”.
A World Federation of Science Journalists iniciou nas redes sociais uma campanha de conscientização para o papel do jornalismo científico na difusão de informações sobre o ebola. O conteúdo relacionado está sendo publicado no Twitter com as hashtags #EbolaResponse, #journalismmatters e #sciencejournalism.
Mais informações em www.wfsj.org.
Fonte: Agência FAPESP