SILVA, Susana et al. Consentir na criopreservação de embriões: perceção de casais usuários de medicina da reprodução. Interface (Botucatu) [online]. 2017, vol.21, n.61, pp.435-448. Epub 15-Dez-2016. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622015.0841.
Este estudo qualitativo analisou as perceções de casais quanto aos fatores que contextualizam o consentimento livre e esclarecido na criopreservação de embriões, a partir de 34 entrevistas semiestruturadas, em Portugal. Analisaram-se os dados segundo os princípios da grounded theory. Dos resultados emergiram as seguintes necessidades: provisão de informações detalhadas, rigorosas, coerentes e no tempo adequado sobre os custos e duração da criopreservação e o destino dos embriões; reforço da privacidade física; tempo para refletir sobre o destino dos embriões e a divulgação da identidade dos beneficiários. As condições de aplicação do consentimento parecem ameaçar três dos seus elementos fundamentais: informação, voluntarismo e ponderação. Importa desenvolver orientações ético-profissionais que assegurem um consentimento assente em práticas de aconselhamento e prestação de informação adequadas às necessidades e expectativas dos pacientes.
Palavras-chave : Consentimento livre e esclarecido; Criopreservação; Assistência centrada no paciente; Fertilização in vitro; Destinação do embrião.