Dimensão epistêmica da Reforma Psiquiátrica Brasileira: significados de gestores, profissionais e usuários

O estudo objetivou analisar a dimensão epistêmica da Reforma Psiquiátrica Brasileira (RPB) sob a ótica de gestores, profissionais e usuários de serviços de saúde mental. Consiste em pesquisa qualitativa conduzida por meio de entrevistas semiestruturadas com 33 participantes e observação de campo na rede de atenção psicossocial de Vitória da Conquista, Bahia. O referencial teórico-metodológico fundamentou-se no campo epistêmico da RPB, com utilização de uma matriz analítica com três dimensões: concepção de saúde/sofrimento mental; propósito do cuidado; sentidos da desinstitucionalização. Os resultados apontam para a tautocronia de sentidos pautados nos saberes ampliados e emancipatórios, conforme pressupostos do modelo psicossocial, e em saberes psiquiátricos tradicionais, consoantes com o modelo manicomial. Emergiram múltiplos sentidos de desinstitucionalização. A difícil operacionalização dos ideais da RPB e a persistência de valores manicomiais demonstram a necessidade de resgate e fortalecimento do ideário do modelo psicossocial.

Palavras-chave : Saúde mental; Desinstitucionalização; Serviços de saúde mental; Reforma psiquiátrica; Sistema Único de Saúde (SUS)

Acesso em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832021000100208&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt