Luiz Ernesto de Almeida Troncon(a)
http://orcid.org/0000-0002-8599-2410 (a)Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Avenida Bandeirantes, 3900, Vila Monte Alegre. Ribeirão Preto, SP, Brasil. 14049-900. [email protected] Em oportuno artigo, Bica e Kornis1 examinam as evidências disponíveis na literatura que poderiam embasar a introdução no Brasil de exames de licenciamento em Medicina (ELMs). Essa medida vem sendo discutida na sociedade brasileira como recurso capaz de impedir que médicos sem as habilidades mínimas necessárias pudessem exercer a profissão e, portanto, contribui para reduzir os riscos às pessoas assistidas por profissionais insuficientemente preparados. A preocupação com a qualidade do trabalho dos médicos recentemente formados – e, sobretudo, dos que irão graduar-se nos próximos anos – é justificada pela situação atual da educação médica brasileira, marcada pela criação descontrolada de cursos de Medicina, majoritariamente ligados a empresas, havendo indícios de insuficiência das condições de bom funcionamento, especialmente de pessoal docente qualificado2 . Como acertadamente indicam Bica e Kornis1 , a formação de médicos no Brasil iria se beneficiar da aplicação de um programa mais amplo de avaliação, que, para garantir qualidade mínima do desempenho dos formados, deveria ter dois componentes principais: a avaliação contínua dos cursos e escolas, desde a autorização para o funcionamento, e o exame de conhecimentos e habilidades dos estudantes e egressos.
Acesso em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832020000100402&lng=en&nrm=iso&tlng=pt[:]