O preventivismo e os homossexuais no contexto da ditadura militar brasileira: uma análise a partir das contribuições de Sérgio Arouca

No Brasil, a reforma da escola médica ancorada na medicina preventiva difundiu-se, em grande medida, durante a ditadura militar (1964-1985). O projeto preventivista é investigado aqui para além de uma reorganização curricular, estando imbuído de um papel social e político evidenciado, especificamente, pelo modo como caracterizou os homossexuais na ditadura militar. Foram analisadas publicações do “Jornal do Brasil” sobre congressos científicos que tematizaram o preventivismo no combate aos comportamentos desviantes na juventude, com destaque ao homossexualismo. A tese de Sérgio Arouca estruturou as principais discussões presentes e embasou a análise das publicações coletadas. Como resultado, os homossexuais, tidos como degenerados desde o século XIX, foram descritos como ameaças patológicas à família, à moral e à segurança nacional, sendo necessária a sua profilaxia a partir de recomendações médico-preventivas no ambiente escolar e familiar e da repressão política direta do Estado.

Palavras-chave : Medicina preventiva; Psiquiatria preventiva; Minorias sexuais

Acesso em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-32832020000100261&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt