“Las miradas modifican los datos”. A construção do dado epidemiológico: uma análise desde antropologia médica

Este artigo examina o processo de registro de informações de saúde em um centro de atenção primária em Villa La Angostura, Neuquén, Argentina, sob a perspectiva da antropologia médica. Através da análise de 49.017 registros de atendimentos e entrevistas com 12 trabalhadores de saúde, analisamos como o dado epidemiológico é construído na prática cotidiana. Os achados revelam que, do total de registros, 34.312 (70%) correspondem a procedimentos, 14.685 (29,95%) a diagnósticos onde predominam categorias biomédicas e apenas 20 registros (0,05%) referem-se a aspectos sociais. Os sistemas de classificação moldam ativamente o que pode ser documentado. Os trabalhadores atribuem diversos sentidos ao registro, desde visibilizar práticas profissionais até obter informação epidemiológica para orientar intervenções. Diante das limitações do sistema, desenvolvem estratégias alternativas para captar a complexidade observada.

Palavras-chave
Dados epidemiológicos; Atenção primária à saúde; Antropologia médica

Acesso em: https://doi.org/10.1590/interface.250107