Resumo
Experiências municipais e diretrizes do Ministério da Saúde têm destacado a Atenção Primária à Saúde (APS) como ponto preferencial no cuidado a pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Desde 2015, Florianópolis/SC (Brasil) iniciou a descentralização desse cuidado para a APS. Este estudo qualitativo objetivou compreender a perspectiva dos usuários sobre o cuidado descentralizado por meio de entrevistas submetidas à análise temática. Os resultados revelam avanços em acesso, vínculo, integralidade, longitudinalidade e proximidade ao domicílio. Contudo, foram relatadas fragilidades em relação à quebra de sigilo, à rotatividade de profissionais, às dificuldades de acesso a outros pontos de atenção e à resistência ao acompanhamento na APS. Apesar das evidentes potencialidades da APS para oferecer cuidado de qualidade, persistem desafios éticos, organizacionais e políticos que precisam ser superados para garantir assistência integral e equitativa a essas pessoas.
Palavras-chave
Atenção primária à saúde; Vírus da imunodeficiência humana; Síndrome da imunodeficiência adquirida; Descentralização; Cuidado
Acesso em: https://doi.org/10.1590/interface.240629
