Rocha R, Zucchi EM. Masculinidades e narrativas de sofrimento mental e autocuidado. Interface (Botucatu). 2025; 29 (Supl. 1): e240357. Doi: https://doi.org/10.1590/interface.240357
Resumos
Reconhecendo desafios no acesso e na vinculação de homens no cuidado em saúde mental, nosso objetivo foi compreender construções de masculinidades como parte das experiências de sofrimento mental e de autocuidado na perspectiva masculina. Utilizando abordagem narrativa, entrevistamos 13 homens usuários de serviços de saúde mental em Santos, São Paulo, Brasil, em 2022. As diversas manifestações de sofrimento mental – sobretudo agressividade, violência e tentativa de suicídio – estiveram situadas em biografias de fracasso pessoal e profissional, sendo a figura feminina fortemente significada como origem e perpetuação dessas manifestações. Tais experiências também mostram como a lógica neoliberal informa construções de masculinidades, traduzidas como o sucesso ou fracasso do indivíduo ao desempenhar o modelo de provedor, autossuficiente e invulnerável. Com isso, as estratégias de autocuidado oscilam entre a busca pela adesão ao tratamento e a problematização de lógicas conflitantes em suas vidas.
Palavras-chave
Homens; Masculinidade; Saúde mental; Pesquisa qualitativa
Acesso em: https://doi.org/10.1590/interface.240357
