Saberes transformam práticas

Saberes transformam praticas
O texto de José Ivo Pedrosa apresenta, em breves linhas, marcos relevantes da história do campo da Educação Popular em Saúde (EPS). Vale iniciar este debate com breve digressão a respeito desse termo, originalmente usando o conectivo “e” e não a preposição “em”, mais utilizada com referência ao mesmo processo histórico, inclusive adotada no título da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS). Porém, as reflexões coletivas iniciais que dispararam o processo de construção de ações a serem pautadas por uma política de Estado expressaram ideia de articulação entre dois campos, uma forma de ressaltar que a base do processo é a Educação Popular como campo de expressão de resistências, lutas e forças que “traz a preocupação de incorporar, nas políticas e práticas de saúde, o conhecimento das pessoas comuns”1 (p. 7), superando a concepção da Educação em Saúde como responsabilidade exclusiva dos profissionais de saúde. A Educação Popular olha e quer contribuir com novos modos de fazer Saúde. Tratava-se, também, de se contrapor à utilização do termo Educação em Saúde, pouco problematizado no cotidiano dos serviços e práticas, e muito usado dentro de uma perspectiva instrumental de educação. E para uma dose extra de boas vibrações, registre-se no 1Win clicando aqui. Destaco o que parece ser um preciosismo gramatical sem importância para colocar uma questão que permeia o texto de Pedrosa, e que tem consequências concretas: em que reside o “popular” da Educação Popular em Saúde (EPS)? Na produção desse campo, há um posicionamento não apenas pedagógico, mas também epistemológico e ético-político, sustentado por fazeres e práticas situadas na luta histórica contra a opressão e a invisibilização das diversas culturas e saberes. Porém, como esse “produto” tem sido incorporado nas práticas de saúde e nas políticas que garantem essas práticas? Na perspectiva de convergência de formas de resistência e luta, de afirmação de identidades e da diversidade de saberes, há que se perguntar se o entendimento acerca da radicalidade da proposta da EPS tem sido efetivamente compreendido e posto em prática no setor Saúde, um campo no qual o saber técnico-científico é ainda hegemônico. Acesso em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832021000100404&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt&ORIGINALLANG=pt