Abrasco e outras entidades científicas assinam carta contra a limitação dos autores impostas pela multinacional e em favor do livre acesso ao conhecimento
“Apesar do posiociomento público da Elsevier pelo avanço das políticas de compartilhamento do conhecimento, o que acontece é justamente ao contrário disso. As diretrizes impõem um inaceitável período de embargo de 48 meses em alguns periódicos. Exigem também que os autores encaminhem um termo de compromisso de não uso comercial e de não realização de obras derivadas para cada artigo indexado nos repositórios do grupo, o que inibe significativamente a possibilidade de reutilização do conteúdo desses artigos. Qualquer atraso no processo livre apropriação e avaliação das pesquisas reduz o progresso científico e ergue constrangimentos desnecessários aos benefícios que o conhecimento pode trazer ao público” aponta o manifesto assinado pela Abrasco, pelo Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO); pelo Instituto Brasileiro de Ciências da Informação (IBICT); entre outras associações. Organizado pela Confederation of Open Acess Repositories (COAR), o documento está aberto a assinaturas individuais e institucionais.
Não é a primeira vez que o Grupo Elsevier é questionado por suas ações. Em 2012, um grupo de pesquisadores e matemáticos da Universidade de Cambrigde, na Inglaterra, iniciaram um movimento de boicote aos periódicos da multinacional, questionando seu alto poder de concentração econômica; preços abusivos das assinaturas e proteção de direitos econômicos acima dos interesses dos autores.