Educação e Saúde em disputa: movimentos anti-igualitários e políticas públicas
MISKOLCI, Richard e PEREIRA, Pedro Paulo Gomes.
Interface (Botucatu) [online]. 2019, vol.23, e180353. Epub 13-Jun-2019. ISSN 1414-3283. http://dx.doi.org/10.1590/interface.180353.
No Brasil da última década, os direitos sexuais e reprodutivos tornaram-se um dos principais eixos de disputa de políticas públicas educacionais e de saúde. Neste texto, mostraremos como, no campo da educação, propostas de inclusão de uma perspectiva igualitária sobre homens e mulheres e abordagens antidiscriminatórias no ensino fundamental e médio passaram a ser combatidas como “ideologia de gênero”, enquanto o ensino superior passou a ser atacado, entre outras razões, pela adoção de ações afirmativas. No campo da saúde, reconstituímos como os princípios da igualdade, equidade e integralidade do Sistema Único de Saúde (SUS) têm sido tensionados quando sua atuação envolve diferenças de gênero, sexualidade e étnico-raciais. Em ambos os campos, grupos políticos contra o avanço dos direitos sexuais e reprodutivos colocam em ação uma agenda anti-igualitária que aprofunda também desigualdades de classe e étnico-raciais.
Palavras-chave : Saúde e educação; Direitos sexuais e reprodutivos; Ideologia de gênero; SUS; Diferenças