“Estar na hora do mundo”: subjetividade e política em Foucault e nos feminismos
Resumo
“Estar na hora do mundo”: subjetividade e política em Foucault e nos feminismos.
Interface (Botucatu) [online]. 2019, vol.23, e180515. Epub 28-Fev-2019. ISSN 1414-3283. http://dx.doi.org/10.1590/interface.180515.
Neste texto, destaco as convergências das interpretações feministas com as reflexões de Foucault, no que se refere à crítica aos modos de sujeição promovidos na modernidade e à busca de outras possibilidades de existência. Suas análises sobre o neoliberalismo e sua noção de contracondutas são úteis para pensarmos as políticas feministas da subjetividade, que lutam contra os processos normalizadores e afirmam o desejo da verdade sobre si. Essas lutas exigem a coragem da verdade, como comprovam as formas de exclusão, tortura e morte usadas contra elas historicamente, da fogueira e guilhotina no passado às prisões nas ditaduras e a outras formas de violência cotidiana. Embora o neoliberalismo se aproprie de várias pautas feministas, valorizando a figura competitiva da “empresária de si mesma”, os feminismos denunciam essas sofisticadas tecnologias do poder em sua luta por um mundo anticapitalista, filógino e libertário.
Palavras-chave : Foucault; Feminismos; Neoliberalismo; Subjetividade; Contracondutas.