Apresentamos uma explicação alternativa para a noção de drogadição, refletindo sobre os motivos que levam uma pessoa a perseverar no consumo de drogas, mesmo sabendo dos malefícios decorrentes. Referenciado pelas obras de Humberto Maturana e pela teoria dos afetos na Ética de Spinoza, assumimos o pressuposto de que os seres humanos são movidos por paixões e formulamos o circuito dos afetos da drogadição. Identificamos nesse circuito três complexos afetivos: complexo singular pessoal, complexo de alívio/oblívio e complexo psicossocial, que formam uma dinâmica espiral de afetos tristes. Tais afetos compelem o indivíduo a continuar nessa dinâmica, e o papel das drogas passa a ser acessório. Cada complexo afetivo é caracterizado por afetos de origens distintas e a compreensão da particularidade e da especificidade de cada um organiza a ação de cuidado correspondente, a fim de interromper a dinâmica espiral do circuito.
Acesso em: https://www.scielosp.org/article/icse/2021.v25/e200787/
Palavras-chave: Drogadição; Saúde Mental; Centros de atenção psicossocial; Redução de danos; Inovação em saúde