Resumo
Este estudo objetivou refletir sobre a persistência e a agudização da epidemia de HIV/Aids em Guiné-Bissau e a (im)possibilidade de o país cumprir as metas estabelecidas pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS para o ano de 2025. Estudo do tipo reflexivo. A pobreza, a instabilidade político-econômica e a diversidade cultural são destacadas nas análises, geralmente, como principal e/ou fator exclusivo para a persistência da epidemia de HIV em Guiné-Bissau. Tal visão simplista e reducionista ignora (propositalmente) a política de gestão da morte nas escalas global e nacional. Assinala-se a urgência de uma postura crítica da mídia, de órgãos de advocacy e ativistas dos direitos humanos a um engajamento teórico-prático que busca não apenas desmantelar a visão de que os fatores socioeconômicos e culturais são o fulcro da epidemia de HIV, mas destacar o uso desse vírus como instrumento da necropolítica.
Palavras-chave
Guiné-Bissau; HIV; Saúde global; Capitalismo; Necropolítica
Acesso em: https://doi.org/10.1590/interface.230276
