RAIMONDI, Gustavo Antonio, MOREIRA, Cláudio, BARROS, Nelson Filice de. O corpo negado pela sua “extrema subjetividade”: expressões da colonialidade do saber na ética em pesquisa. Interface (Botucatu) [online]. 2019, vol.23, e180434. Epub Aug 19, 2019. ISSN 1414-3283. Doi: https://doi.org/10.1590/Interface.180434
Resumo
Buscando compreender as (in)visibilidade dos corpos não heteronormativos na educação médica, a qual sistematicamente sustenta seus discursos institucionais baseados na coerência biológica, olhei para o meu corpo gay, de médico e de professor, para compreender essa cultura e seus desdobramentos. O objetivo deste trabalho é discutir os enfrentamos institucionais iniciais para a realização de uma pesquisa autoetnográfica sobre a homoafetividade na formação e prática médicas. Compreendemos, com esse trabalho, o silenciamento imposto à subjetividade, à existência e à participação enquanto pesquisador-sujeito na “Ciência”. Assim, em meio a um grito emudecido de um corpo negado, com “entendimentos errôneos” pela sua “extrema subjetividade”, este texto representa uma ousadia em falar e romper com o silêncio mortificante que a suposta hegemonia “científica” impõe.
Palavras-chave : Ética em pesquisa; Medicina; Queer; Autoetnografia; Estudos culturais.
Acesso em: https://doi.org/10.1590/Interface.180434