Resumo
Considerando os desafios à reabilitação psicossocial, objetivou-se compreender a perspectiva de usuários e trabalhadores no tratamento psicofarmacológico. Trata-se de um estudo qualitativo que entrevistou seis profissionais e dez usuários do Centro de Atenção Psicossocial de um município da região norte de Minas Gerais. As transcrições foram tratadas em Ciclos de Codificação e examinadas pela Análise de Discurso. Definiram-se três categorias relativas à dimensão micropolítica do cuidado: o fluxograma institucional, os espaços intercessores e a produção subjetiva dos agentes. Revelaram-se dissonâncias entre enunciados alusivos à política da atenção psicossocial, com a concorrência de concepções e tecnologias de cuidado emancipatórias e restritivas. Constatou-se a importância da análise micropolítica do cuidado no tratamento psicofarmacológico, favorecendo os processos de contratualidade, protagonismo e autonomia do usuário.
Palavras-chave
Psicotrópicos; Saúde mental; Relação profissional-paciente; Tomada de decisão compartilhada; Autonomia relacional
Acesso em: https://doi.org/10.1590/interface.230212