Resumo
SANCHO, Karla Amorim; PFEIFFER, Claudia Regina Castellanos e CORREA, Carlos Roberto Silveira.
Medicalização, diagnóstico clínico e queixa-conduta – redes de significação em jogo.
Interface (Botucatu) [online]. 2019, vol.23, e170633. Epub 16-Jan-2019. ISSN 1414-3283. http://dx.doi.org/10.1590/interface.170633.
Este artigo faz emergir uma rede discursiva entre o processo de medicalização, o funcionamento discursivo do diagnóstico clínico na contemporaneidade e um funcionamento particular de clínica médica sustentado por um atendimento do tipo queixa-conduta. Empreendendo uma Análise Discursiva, percorremos movimentos de sentido constitutivos da história da palavra ‘diagnóstico’, realizando um gesto analítico que retoma suas condições de produção e funcionamento na atualidade, explicitando efeitos da medicalização. Abordamos o atendimento queixa-conduta, no qual a posição-sujeito médico se insere em condições de produção para que o fármaco assuma o lugar da autoria na relação médico-paciente, impactado pelo próprio funcionamento do diagnóstico na atualidade. Resulta que esse funcionamento do diagnóstico na prática clínica implica um silenciamento do laço social e político pressuposto nessa prática, o que permite o estabelecimento do fármaco como lugar de enunciação dos procedimentos que visem à saúde do paciente.
Palavras-chave : Análise de discurso; Medicalização; Diagnóstico; Queixa-conduta; Saúde Coletiva.